quinta-feira, 9 de junho de 2011

Encosta a sua cabecinha no meu ombro e chora...


Oi gente, queria falar de um assunto que normalmente as pessoas não falam. Aliás, ultimamente, temos ouvido muito nos jornais sobre mães que abandonam seus filhos em latas de lixo e depois de alguma especulação acabam falando sobre depressão pós-parto como causa de atitudes como essa.

Bem, na realidade eu queria falar de algo que eu senti, quando tive o Samuca e agora também recentemente com a chegada Maluzinha, que aliás, fez dois meses e está mais fofa do que nunca.

Uma sensação estranha toma conta da gente, uma alegria enorme de ver aquele ser tão pequeno nos seus braços, chorando, mamando, dormindo como um anjo e ao mesmo tempo uma tristeza esquisitíssima, vontade de chorar, de ficar sozinha, mas principalmente, sensação de que ninguém te entende ou percebe as coisas da mesma forma que você. Um sentimento estranho de que estamos sozinhas, mesmo cercada de muitas pessoas e muita conversa. Uma irritabilidade que vai e vem. Isso mesmo, assim eu me senti e estou ainda sentindo um pouquinho sabe...

O que mais me espanta é que ninguém NUNCA me falou disso antes que eu sentisse, eu só lia nas páginas de internet sobre depressão pós-parto e algo chamado “baby blues”. Fiquei me perguntando: “Porque quando as pessoas perguntam para as mamães como elas estão, sempre respondem que está tudo bem, um pouco cansada, mas tudo bem. Gente, sério mesmo, não é a verdade verdadeira não e quando fiquei assim depois do nascimento do Samuca, fiquei tão agoniada, porque queria falar disso com alguém, daí comecei a conversar com duas amigas sobre o assunto e elas por sua vez, confirmaram que realmente também se sentiram assim, porque então não falar, porque meu Deus??

Gente, o baby blues é ABSOLUTAMENTE NORMAL após o nascimento do bebê. Acontece uma mudança hormonal gigantesca no nosso corpo depois que damos à luz. Gigantesca mesmo, ao ponto de mudar nosso humor e nossa energia. A gente fica tão sensível. Eu me lembro na época do Samuca que quando eu ia tomar banho, chorava tanto, que não sabia o que era água e o que era lágrimas. Acho que era lá que eu desabafava o que eu não falava pra ninguém em forma de choro sabe...

Mas o pior de tudo é o sentimento de culpa que fiquei, senti em alguns momentos que não estava cuidando direito do meu bebê e perdia a paciência com tanto choro e trocas de fraldas infinitas. A culpa também é um sintoma do baby blues.

E nesse momento é muito importante o marido por perto, a mãe da gente também. Talvez ela entenda muito mais que qualquer pessoa o que sentimos. Falar sobre o que está sentindo é bom, principalmente para o marido, porque daí ele fica mais atento e mais compreensivo com alguns comportamentos que temos nesse momento, aliás a presença do nosso maridinho é imprescindível, mas depois falo mais sobre isso.

Mas a boa notícia é que tudo isso passa né? Ainda bem! 

Mas e se não passar? Então é um indício de que você esteja com depressão sim. Se esses sintomas melancólicos não passarem, se a vontade de chorar não acaba nunca e você acha que tudo está muito ruim, você precisa procurar cuidados e acompanhamento. A depressão pós-parto pode levar a mãe a rejeitar o bebê, não ter vontade de cuidar dele, não querer amamentar, dentre outras coisas e se ela for muito severa, pode até ter episódios psicóticos e é nessa hora que uma mãe é capaz de jogar o filho no esgoto ou tirar a vida do bebezinho de uma forma muito horrível, Deus nos livre!

É importantíssimo um acompanhamento psicológico para ajudar a mamãe superar a depressão e voltar a conviver bem com a maternidade e também o uso de medicamentos específicos prescritos por um médico especialista.

Se você já passou por isso e quiser compartilhar com a gente, pode comentar, é muito legal saber que todas nós somos “normais” e não existe perfeição na maternidade e nem fora dela.
Queria só deixar 3 dicas importantes para as mamães e futuras mamães, pois acredito que isso nos ajuda a superar esses primeiros momentos da chegada do bebê.

1. Tente manter uma alimentação saudável. Faz bem pra você e para o bebê. Isso não significa que não pode comer um chocolate de vez em quando, é claro!

2. Descanse bastante. Aproveite os intervalos que o bebê dorme para tirar um chochilinho, faz muita diferença para quem terá que passar algumas noites em claro (Eu que o diga...rs).

3. Acho que esse é o principal: NÃO SEJA DURA CONSIGO MESMA! Ninguém é perfeito, temos medos, dúvidas, inseguranças e algumas coisas a gente só aprende fazendo mesmo. Intuição de mãe é algo incrível. Mas depois quero falar mais sobre isso.

Com a chegada da Malu, eu já estava preparada para esses sentimentos de novo, então, foi mais fácil aceitar e lidar com tudo, o que não significa que deixei de chorar...rs.

Espero ter ajudado você também!

Um beijo,

2 comentários :

  1. Bom, acho que o nosso grande desafio hoje é aceitar que não somos SUPER em nada,né?! Que somos mães, seres humanos. Muito importante esse post. Pra quem vive e pra quem convive com as mães nesse momento tão peculiar que é a chegada dos filhos.

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  2. Nossa, mais uma vez: Eu também passei por isso! Tava até conversando com umas amigas sobre isso terça-feira! Não chegou a ser uma depressão propriamente dita, mas me encaixei nos sintomas da tal "Baby Blues". A sorte é que já tinha lido sobre o assunto e não me assustei tanto, foi um pouco mais fácil lidar com isso. No meu caso eu enjoei do cheiro do meu leite, não aguentava mais aquela cinta "bege" e aquele sutiã horroroso de amamentar.., Como fiz cesárea precisava usar roupas mais largas que me deixassem mais à vontade, ou seja, passava o dia inteiro de pijamas.. Fora as olheiras! Pensava que meu marido tava me achando a mulher mais feia do mundo, mesmo ele dizendo o contrário. Enfim, mistura tudo! Todos esses sentimentos com o fato de você não sair, não ter vida social, ter que se privar de MUITA coisa pra ser 100% mãe (o que é óbvio, afinal aquele bebezinho indefeso é completamente dependente de você). Sei que é uma mudança radical na vida de uma mulher... Ter um relacionamento com Deus ajuda MUITO! Compartilhar experiências e saber que você não é a única também :)

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