quinta-feira, 11 de abril de 2013

Sobre acreditar no menino maior

Você nem é mais tão pequeno e ainda assim, quando posso, te chamo de meu filhinho.Essa semana mesmo fui te deixar na escola e nem do portão principal você me deixou passar. Me disse que daquele lugar pra frente você ia só. O meu lugar  era do portão pra trás.


São apenas quatro anos. São apenas quatro anos.

No dia que você veio ao mundo não te trouxeram imediatamente pra eu ver. Tão roxinho e sem ar, te levaram correndo pra te ajudar. Eu só queria te pegar no colo, te segurar e nunca mais soltar.

Mas meu pequeno tem seu próprio caminho e acho que desde o primeiro dia já medisse, sutilmente, que eu preciso aceitar onde devo estar. Brinco que ele vaisair de casa cedo, que vai ser independente logo que a hora chegar.

Ele me diz que vai ter muitos filhos e que vai morar num apartamento longe, um pouquinho,de mim. Que um dia vai morar nos Estados Unidos já que é o Capitão América eque sua filha Vitória vai ser muito obediente e nenhum trabalho na escola vaidar.

Ele só tem quatro. Só se passaram quatro anos.

Prefiro pensar que de algum jeito, você não é só alguém que fala pelos cotovelos.Alguma coisa do que se diz pode ser e você faz questão de me mostrar. Se preocupa tão inocentemente em me preparar, em me amar.

E além de aprender a te respeitar, já que respeito é algo que a gente não se lembra de se ter sempre por alguém tão novinho, eu vou aprendendo a me desgarrar de você. Mesmo com tanto chão ainda pra rolar.

Preciso te ouvir e, como você diz, te acreditar. “Mãe, me acredita”, quando fico rindo dos seus pesadelos e das coisinhas que diz que vai fazer um dia.

Aqui em casa ainda seremos nós quatro por bastante tempo, eu espero.  Ainda temos muito o que viver juntos, muitas viagens a fazer, muitas bolas pra chutar e muitas lições de casa pra pintar.

E eu ainda aprendo a sua mãe ser e o que você me diz que mais quer de mim agora,meu filho. Eu olho pra você crescer tão depressa e arrisco a afirmar que meu amar você se revela em te acreditar. E eu acredito. 




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