segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Reflexões maternas: umas coisas sem pé e outras, sem cabeça



Esse não é um post fácil. Eu poderia até ignorá-lo, mas depois que assisti esse documentário a minha cabeça não parou. É como se dentro de mim algo falasse, gritasse que não podemos ignorar algumas questões na maternidade, na paternidade, na nossa sociedade.

Complicações durante a gestação se tornaram tão "normais" por alguns motivos e podem comprometer a vida do bebê. Sim, coisas físicas e mais ainda, coisas mentais. Só que algumas crianças estão "comprometidas" socialmente. Além do próprio drama e dificuldades, ainda precisam enfrentar a sociedade para ser quem são. Cri-an-ças. Sabe aqueles pequenos seres, aquelas coisinhas pequenas qe adoramos apertar e morder?!

Deixa eu explicar melhor. Aqui coloquei um documentário sobre transtorno de gênero. Ontem, passou um documentário no Discovery Home an Health sobre filhos bipolares e trago também a pauta a criação e a educação de filhos com síndorme de Dowm e autismo. Vamos conversar?

Nas primeiras cenas desse documentário já comecei a chorar e não foi por achar que "a humanidade está perdida", não é por achar uma possível explicação a homossexualidade e isso não tem nada a ver com a PL num sei das quantas ou mesmo sei lá o que. O  choro foi de dor mesmo por não compreendermos questões tão complexas, tão pessoais e tão atuais. Coisas, queridos, que nem mesmo a medicina ainda conseguiu explicar.

O que me martela a cabeça é: O meu filho vai conviver com questões, com vidas e histórias diferentes da dele. Será que estou preparando ele para isso? Será que nós estamos ensinando nossos filhos a acolher outras crianças com algumas questões que para elas mesmas já são complicadas demais?! Eu sou aquela mãe que jamais permitiria que meu filho tivesse um amigo "anormal"?!

Conheço uma criança bipolar. Desculpe, mas nenhuma mãe sonhou em ter um filho com um problema tão sério, que vive sobre medicamentos controlados desde pequeno. Ninguém, mas ainda assim há mães que abrem mão da sua própria vida, das mordomias, regalias só com a finalidade de dar a melhor vida possível a seus filhos. Não acredito que isso deve ser fácil. Não deve ser mesmo. 

E quem, com um filho "normal",  já não levou um "carão" em público por seu filho não responder alguma expectativa social, que atire a 1ª pedra.  Um comportamento excentrico, egoísmo e até extremismos, birra mesmo... Agora, imagine ter que suportar isso quando o seu filho simplesmente é diferente? Nem bom, nem mal, nem ruim, nem melhor e nem pior. Diferente. 

Um dia em uma reunião na escola do Gaelito uma mãe deu um xilique por que as crianças não estavam, no dia a dia delas, lanchando todas juntas. Como a mesa era pequena e a turma grande, o grupo do maternal se dividia em 2 e um teria que esperar o outro terminar o lanche para sentar. Ela também questionou nesse dia que o tatame da sala das crianças era pequeno e que a filha poderia, as vezes, ter que se sentar no chão.

Na boa?! Tive vontade de rir. Por que o meu filho não pode esperar? Por que em alguns momentos a criatura que gerei não poderia sentar no chão para que seus colegas participassem todos das atividades na aula? Por que eu, como mãe, não posso entender que ainda que isso esteja fora das minhas expectativas em relação a escola, vai passar?  Cara, esse post não tem fim.Todas essas questões ficam aí e vão seguindo.

Gente, estamos falando de pessoas, de tolerância, de limites e principalmente, de respeito. Você tem as suas convicções, eu tenho as minhas, mas não rola de passar por cima do respeito.

Beijos

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