São apenas quatro anos. São apenas quatro anos.
No dia que você veio ao mundo não te trouxeram imediatamente pra eu ver. Tão roxinho e sem ar, te levaram correndo pra te ajudar. Eu só queria te pegar no colo, te segurar e nunca mais soltar.
Mas meu pequeno tem seu próprio caminho e acho que desde o primeiro dia já medisse, sutilmente, que eu preciso aceitar onde devo estar. Brinco que ele vaisair de casa cedo, que vai ser independente logo que a hora chegar.
Ele me diz que vai ter muitos filhos e que vai morar num apartamento longe, um pouquinho,de mim. Que um dia vai morar nos Estados Unidos já que é o Capitão América eque sua filha Vitória vai ser muito obediente e nenhum trabalho na escola vaidar.
Ele só tem quatro. Só se passaram quatro anos.
Prefiro pensar que de algum jeito, você não é só alguém que fala pelos cotovelos.Alguma coisa do que se diz pode ser e você faz questão de me mostrar. Se preocupa tão inocentemente em me preparar, em me amar.
E além de aprender a te respeitar, já que respeito é algo que a gente não se lembra de se ter sempre por alguém tão novinho, eu vou aprendendo a me desgarrar de você. Mesmo com tanto chão ainda pra rolar.
Preciso te ouvir e, como você diz, te acreditar. “Mãe, me acredita”, quando fico rindo dos seus pesadelos e das coisinhas que diz que vai fazer um dia.
Aqui em casa ainda seremos nós quatro por bastante tempo, eu espero. Ainda temos muito o que viver juntos, muitas viagens a fazer, muitas bolas pra chutar e muitas lições de casa pra pintar.
E eu ainda aprendo a sua mãe ser e o que você me diz que mais quer de mim agora,meu filho. Eu olho pra você crescer tão depressa e arrisco a afirmar que meu amar você se revela em te acreditar. E eu acredito.
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