Muitas mães deixam para depois o insistir que seus filhos sejam melhores
Sempre, desde muito pequena, fui criada com a ajuda dos outros. Eu e os meus dois irmãos. Meus pais passaram por muitas dificuldades, por muitos motivos. A gente sempre recebia dos amigos da minha família roupas, minha mãe um tempo vendeu bolo e pão de queijo pra complementar a renda, enfim, tivemos que aprender a não ter o último modelo de nada, nem os brinquedos que estavam na TV e as roupas que recebíamos não eram, muitas vezes, do nosso tamanho. Lembro dos meus irmãos usarem roupas que eram de uma tia minha. Era o que tínhamos e não foi fácil isso. Fomos muito zoados por isso.
Hoje, aqui na minha casa, as coisas são um pouco diferente. Quando o Gael fez um ano tivemos a oportunidade de ir aos Estados Unidos e lá comprei várias coisas pra ele. Roupas legais e brinquedos muitos bacanas também. Mas como a gravidez do Gael não foi planejada, não estávamos na melhor situação financeira possível durante esse período e uns meses após seu nascimento. Mas os dias estão melhores, sim. Graças à Deus.
Onde quero chegar? Mesmo com a realidade que passei quando criança, tive que assumir que a consciência do esforço, do lutar por alguma coisa e do dar não foi passada pelo meu sangue para o Gael. E olha que de tempos e tempo fazemos um verdadeiro limpa nos brinquedos que ele tem. Damos muitas e muitas coisas mesmo e ainda assim, ele luta contra o dar, doar.
Não acho que doação seja dar brinquedos velhos e estragados, por exemplo. Acho que temos que perceber que nosso filho, provavelmente, tem muito mais que a gente teve e do mesmo modo que eles recebem coisas boas e novas, devem aprender a dar as coisas à altura.
Algumas mães que conheço, talvez, achem esse discurso nada a ver já que estamos falando de bebês. Eu não e me incomoda muito meu filho se recusar a se desfazer de alguma coisa, chorar horas por alguma coisa que foi tirada dele e mais, se recusar até a dividir seus brinquedos com alguém.
Volto à pergunta: Onde quero chegar? O momento de aprender a ser bondoso e generoso é já, pessoas. É hoje mesmo. Não significa ter que tirar um caminhão de coisas da sua casa pra isso, mas de insistir e reprovar qualquer atitude egoísta do seu filho.
Sei que para muitos, talvez, essa história toda esteja totalmente fora de contexto. “Ah, meu filho não vai viver o que você viveu”, “eu trabalho pra dar o melhor pra ele mesmo” e etc... Mas não se trata apenas de fazer o tipo que cumpre o “doar” uma vez por ano por ser bonito. Estamos falando de caráter, cara. Caráter.
Se não conseguirmos corrigir isso agora, com 2 ou 3 anos, quem dirá quando eles forem maiores...
Concordo totalmente, Gabi!
ResponderExcluirO engraçado é que ha poucas semanas atrás eu juntei um monte de coisas dele e minhas também, o enxoval inteiro do bercinho dele, muitas roupas liiindas que ele quase não usou, mas eu guardava de recordação (claro que sobraram algumas, rs), e brinquedos, roupas minhas também, enfim! E quando eu disse pra algumas pessoas que levaria ele comigo na hora de doar, ficaram me recriminando.. dizendo que ele não entendia nada, não adiantava levá-lo, que só ia dar trabalho, e tal.. pode ser até que ele não se dê conta do que tá acontecendo, mas eu queria que ele visse a alegria das pessoas quando doamos coisas nossas, que não usamos mais. Eu queria que ele visse que outras pessoas serão felizes com o que não faz mais falta pra nós, que é importante sim doar, e sempre.. não só no natal.
E aqui em casa também estamos sempre dando as coisas, mas no caso do Matheus é mais complicado, porque ele consegue QUEBRAR tudo o que ganha. Achei que fosse uma fase que passaria, por ele ainda não saber brincar direito com as coisas dele, e de fato melhorou um pouco, mas ainda tem muito o que melhorar. Então eu tô fazendo o seguinte: não deixo todos os brinquedos ao alcance dele. Eu guardo muitos pra quando ele ficar mais velho e souber brincar sem quebrar as coisas, eu dar pra ele. Hoje em dia ele anda brincando mais com aqueles carrinhos do Hot Wheels, e com brinquedos, tipo, muito resistentes daqueles plásticos cabulosos, que são dois por aqui, um homem aranha e um Hulk, que são bem grandes! E é isso.. Eu queria sinceramente poder doar mais, por isso fico muito triste quando vejo um brinquedo dele quebrado.. mas espero que isso mude com o tempo.
Saudade bem! Beijos!