Outro dia olhando o site da Crescer me deparei com a seguinte enquete: Você já mentiu alguma vez para outra mãe sobre a maneira como cria seu filho?
Bom, como diria o velho ditado popular " a mentira tem perna curta" e nessa caso, as pernas são curtinhas mesmo. Não rola de mentir a respeito da rotina da criança, seus hábitos e suas atitudes. Se você mentir, as pequenas pernas te denunciam, te expoem. Pequenas pernas, pequenos braços, aquelas pequenas bochechas gordinhas...
Mas falando em mentira, outro dia me deparei com um dilema. Gaelzinho estava dando a maior birra por conta da bicicleta que o vovó Lindo deu pra ele. O menino queria levá-la pra casa e para amenizar a "encrenca", alguém disse a ele que pegariamos a bicicleta "daqui a pouco". Não parece nada de mais, certo? O único problema é que não faríamos isso e o coisinha se lembra de cada coisa que nós prometemos.
Uma das coisas que eu mais admiro na minha mãe é que ela sempre tentou, em todas as situações, ser o mais sincera possível comigo e com os meus irmãos. Isso,a verdade, é extremamente valiosa pra mim.
Então, Gaelzinho , muito esperto, olhava para os avós com aqueles olhos de gato de botas do Sherek e choraaaava.
Reflita comigo.
Se eu sustentasse a mentira, o menino iria parar de chorar, certo?! Em compensação, não iria ter a bicicleta.Eu sou meio careta mesmo. Não gosto de contar mentiras pro meu filho. Daí, eu disse:
- Filho, olha que legal. Você tem duas bicicletas. Uma na sua casa e outra na casa do vovó Lindo. Se você levar as duas bicicletas para sua casa, não vai ter uma pra andar quando for na casa do vovó. Você não tem brinquedos lá?! A bicicleta vai ficar lá guardada pra você.
Pronto. O mulequinho parou de chorar. É claro que nem todas as vezes é facil assim. Sustentar a verdade pode ser muito difícil mesmo. Mas assim, pelo menos, sinto que estou preparando ele para algumas frustações durante a vida, para vários "nãos", para crescer.
Mais que isso, sabe. Eu espero que nesse mundo maluco, quando o assunto for a verdade, meu filho possa sempre contar comigo. Pelo menos conosco: seus pais.
O bebê chegou. Você está super empolgado para ver, cheirar, apertar e mostrar o quanto o ama. Só tem uma coisa. O bebê não é seu. Ele é de um amigo. Lembrando de como foi o meu pós-parto, elaborei algumas dicas para os visitantes que sempre serão bem-vindos.
Espere a hora certa
Apesar da chegada do bebê ser algo maravilhoso para todos, é bom esperar a hora certa para visitá-lo. Lembre-se que por mais próximo que você seja, a família, certamente, irá participar desse momento de forma "expressiva". Diante disso, talvez, seja melhor esperar até o bebê ir para casa para visitá-lo. Mas se, ainda assim, a sua ansiedade for grande e se você for alguém muito próximo dos pais, vá até o hospital, mas não demore muito no quarto. Ninguém vai te mandar embora, é claro, se você perguntar, mas é bom usar do bom senso. Parto sendo normal ou cesáreo exigi das forças da mãe. Ela vai estar meio cansadinha, precisando descansar. Sem contar que os pais também estão se adaptando a nova rotina do bebê. Eles precisam de espaço. Evite fazer surpresa. Ligue antes, pergunte se é uma boa hora e não fique com raiva se não for, ok?!
Faça silêncio
Tudo bem, esse é o seu jeito. Você é uma pessoa que fala alto e tals, mas tente baixar o volume na maternidade e também na casa do bebê. Mesmo que os pais não se importem muito é bom não exagerar. Pense que talvez, o recém-nascido tenha demorado a dormir na hora que você chegou e precise de silêncio para engatar no sono. Outra coisa é que, com a rotina meio punk por conta das mudanças na casa, os pais podem estar extremamente sensíveis, principalmente a mãe, e qualquer grande barulho pode irritar. Ainda que nenhuma dessas justificativas "colem" pra você, pense bem. Gritar não é legal de jeito nenhum e te garanto, com um bebê em casa, isso nunca vai ser bacana.
Evite conversar demais
Olha, uma das recomendações de um parto cesáreo para a mãe é que ela evite conversar demais nos primeiros dias. Isso enche ela de gazes e acaba causando muita dor nos pontos, na barriga. Então, se você resolver ir até a maternidade não fique conversando demais, perguntando duzentas coisas pra mãe, pedindo muitos detalhes do parto. Até arrisco dizer que nem é muito legal ficar também falando assuntos muito "pesados" com os pais. Qualquer alteração no humor dela, pode até atrapalhar o momento da amamentação que ainda é uma novidade para ela e para o bebê. A recomendação dos pediatras é que as mães sempre procurem um lugar calmo para amamentar e se chegou essa hora, faça de tudo para proporcionar tranquilidade ao momento. Isso inclui até sair de perto mesmo, deixar os dois sozinhos, entender que o fim da visita chegou. Falo isso por experiência própria. Eu morria de vergonha de amamentar em público e toda vez que alguém chegava nessa hora, eu não me sentia mesmo a vontade. Principalmente, se fossem homens ou pessoas distantes...
Respeite
Bom, como já disse, esse é um momento de adaptação até para os pais. Entenda que eles precisam de espaço, de compreensão e de muito amor nessa hora. Não fique falando que eles tão fazendo isso ou aquilo certo ou errado. Se eles te perguntarem, tudo bem. E se te perguntarem, tente não "detonar" a pessoa. Seja sempre amável. Alguns comentários podem não ajudar em nada. Eles estão aprendendo e mesmo que sejam pais de 2ª, 3ª ou até 4ª viagem, cada bebê é diferente e nem todas as regras se aplicam a todas as pessoas. Repito: Respeite, dê espaço, seja compreensivo sempre.
É isso.
Beijos
PS: Pelo amor de Deus! Não diga que a mãe está gorda, uma bola ou coisas do tipo. Essa não é uma boa hora e nunca vai chegar o momento de você dizer isso. Não interessa a justificativa. Esse é o tipo de comentário que você nunca deve fazer mesmo.
Finalmente consegui uma pediatra legal e levei o Gael no exame de rotina.
Medidas: 14kg e 90 cm de gostosura.
Resoluções: O menino vai tomar remédio pra verme e consequentemente, todos nós. Em relação a fimose, ela disse que ele tem até os 4 anos de idade. Se até lá nada sair, ele terá que passar a tal pomadinha. O desenvolvimento está ótimo, a cordenação motora e o tamanho dele é meio que de uma criança de 3 anos. Ótimo,né?!
O Samuel é o amiguinho que o Gael mais gosta. Ele ora por ele todos os dias. Outro dia, de madrugada, ele acordou e ficou me chamando. Tava tão cansada que levei ele pra minha cama. Chegou lá o menino começou a pedir a minha mão. Uai, tava com sono, com preguiça. Só que o mulequinho começou a brigar:
- A mão mamãe.
- Filho, eu sei que tenho mão e as duas tão aqui...Bora dormir, pelo amor de Deus.
- Mãe a mão da olação, mãe. (Quase chorando)
-Tá meu filho, bora.
(Sou cristã, mas não estava nem um pouquinho animada pra orar de madrugada. O sono tinha certeza que tinha ganhado de Deus e queria muito poder desfrutar dele.)
- Papai do céu, abençoa o Samuca.
Pega o trasseiro, como ele diz, vira pro lado e dorme.
-Amém, Deus. Amém...
Eu cinco minutos depois sem entender nada. Enfim, ele adora o Samuca. Pede pra ligar pra ele, chora nos finais do culto querendo ele, quer ir todo dia na casa...gosta. Outro dia, uma pessoa querida perguntou se o Gael e o Samuca brigavam. Ri demais. Sim, brigam e não é pouco não, mas são amigos.
Daí um dia eu briquei com o Samuca chamando ele pra dormir aqui em casa. Ele adorou a ideia e eu disse que tinha que pedir para os pais dele e tals. Resumo: Samuca veio dormir aqui. Pensando em amenizar o sofrimento de uma mãe que observa seu filho sair de casa para dormir na casa de um amigo pela primeira vez, resolvi criar caminhos para deixar ela segura. Apesar de conhecermos os pais dele bem antes deles terem o Samuca, imagino que ia ficar pensando em como o meu filho iria se comportar dormindo fora.
Olha aí a brincadeira deles no dia
O que tenho que contar é que foi super tranquilo. Tentei mandar mensagem pra Lu quando eles dormiram, liguei de manhã pra dizer que tinham acordado e tentei até fazer um vídeo pra mandar pra ela ficar mais relaxa.
O Samuca tem só 3 anos ainda...É um bebê, gente. Bom, o Gael amou a experiência.
Penso que trazer uma criança tão pequena pra dormir na sua casa precisa de cuidados. Tentar deixar o ambiente o mais agradável possível, tranquilo para o visitante, dar atenção para os dois de forma igual para nenhum deles se sentir perdido e acho que sempre dar um retorno aos pais dele é muito importante. Ah, acho que também não inventar coisas, brincadeiras e até teorias malucas na hora que a criança perguntar alguma coisa é legal para não ferir o tipo de educação/criação que a criança tem na sua própria casa.
*Esse aqui é o vídeopra mãe do Samuca.
É isso.
Beijos
terça-feira, 2 de agosto de 2011
O Gael anda chegando tão sujo da escola que tô até pensando em desenvolver novas técnicas para limpá-lo e quem sabe, secá-lo. rs
“A mulher do sapo deve estar lá dentro fazendo rendinha para o casamento” Galinha Pintadinha 2
(Não sei quem escreveu essa linda e problemática canção popular)
Bom, começou com uma simples canção para interagir com o menino. Ele no banho e então começamos a cantar. Eu sou graduada em jornalismo e já fui questionada no curso sobre coisas muito difíceis de responder. Também sou cristã e perguntas escatológicas sempre surgem quando discordo ou concordo de algo no mundo.
Voltando ao banho, começamos a cantar e quando terminamos de descrever os afazeres da sapa, ele disse que não sabia o era casamento.
- Mãe, não sabo o que é casamento.
Quem se prepara a vida inteira pra responder de onde surgem os bebês e coisas ligadas a sexualidade, está sempre muito preparado para responder o que é o casamento.
- Bom, meu filho. Casamento é quando o papai e a mamãe resolveram ir na igreja, o papai e a mamãe se amam muito. Quando uma pessoa ama a outra...Bom, o papai e a mamãe eram namorados antes e resolveram ir na igreja, eles não moram juntos aqui nessa casa, quando a mamãe se casou ela ainda não tinha você...
E o menino brincando no balde. Olhava pra mim e olhava pro brinquedo. Olhava pra mim com cara de “ã” e olhava com cara de “2ã” pro brinquedo. Pensei: Ah, vou mostrar pra ele o vídeo do casamento. Vasculhei a casa e ele sem falar absolutamente nenhuma coisa me seguia.
O único vídeo do casamento só tinha todo mundo de costas e ele disse:
- Tem um monte de gente, tá tocando guitarra...
Meleca. Coisa simples de responder e eu me não sei responder. Ligo para o marido?! Tento. NADA. Mas aí o marido chega.
- João, esse menino tá me perguntando o que é casamento.
- E você disse?
- ... Bom, meu filho. Casamento é quando o papai e a mamãe resolveram ir na igreja, o papai e a mamãe se amam muito. Quando uma pessoa ama a outra...Bom, o papai e a mamãe eram namorados antes e resolveram ir na igreja, eles não moram juntos aqui nessa casa, quando a mamãe se casou ela ainda não tinha você...
Ele riu. ELE RIU. Que raiva!
- Meu filho, vem cá. Casamento é quando o papai e a mamãe resolveu contar pra o papai do céu e pra todo mundo que eles iam ficar juntos pra sempre...blablablablá...
Pais adoram dizer que as mães são complicadas...Nem é.
Esse não é um post fácil. Eu poderia até ignorá-lo, mas depois que assisti esse documentário a minha cabeça não parou. É como se dentro de mim algo falasse, gritasse que não podemos ignorar algumas questões na maternidade, na paternidade, na nossa sociedade.
Complicações durante a gestação se tornaram tão "normais" por alguns motivos e podem comprometer a vida do bebê. Sim, coisas físicas e mais ainda, coisas mentais. Só que algumas crianças estão "comprometidas" socialmente. Além do próprio drama e dificuldades, ainda precisam enfrentar a sociedade para ser quem são. Cri-an-ças. Sabe aqueles pequenos seres, aquelas coisinhas pequenas qe adoramos apertar e morder?!
Deixa eu explicar melhor. Aqui coloquei um documentário sobre transtorno de gênero. Ontem, passou um documentário no Discovery Home an Health sobre filhos bipolares e trago também a pauta a criação e a educação de filhos com síndorme de Dowm e autismo. Vamos conversar?
Nas primeiras cenas desse documentário já comecei a chorar e não foi por achar que "a humanidade está perdida", não é por achar uma possível explicação a homossexualidade e isso não tem nada a ver com a PL num sei das quantas ou mesmo sei lá o que. O choro foi de dor mesmo por não compreendermos questões tão complexas, tão pessoais e tão atuais. Coisas, queridos, que nem mesmo a medicina ainda conseguiu explicar.
O que me martela a cabeça é: O meu filho vai conviver com questões, com vidas e histórias diferentes da dele. Será que estou preparando ele para isso? Será que nós estamos ensinando nossos filhos a acolher outras crianças com algumas questões que para elas mesmas já são complicadas demais?! Eu sou aquela mãe que jamais permitiria que meu filho tivesse um amigo "anormal"?!
Conheço uma criança bipolar. Desculpe, mas nenhuma mãe sonhou em ter um filho com um problema tão sério, que vive sobre medicamentos controlados desde pequeno. Ninguém, mas ainda assim há mães que abrem mão da sua própria vida, das mordomias, regalias só com a finalidade de dar a melhor vida possível a seus filhos. Não acredito que isso deve ser fácil. Não deve ser mesmo.
E quem, com um filho "normal", já não levou um "carão" em público por seu filho não responder alguma expectativa social, que atire a 1ª pedra. Um comportamento excentrico, egoísmo e até extremismos, birra mesmo... Agora, imagine ter que suportar isso quando o seu filho simplesmente é diferente? Nem bom, nem mal, nem ruim, nem melhor e nem pior. Diferente.
Um dia em uma reunião na escola do Gaelito uma mãe deu um xilique por que as crianças não estavam, no dia a dia delas, lanchando todas juntas. Como a mesa era pequena e a turma grande, o grupo do maternal se dividia em 2 e um teria que esperar o outro terminar o lanche para sentar. Ela também questionou nesse dia que o tatame da sala das crianças era pequeno e que a filha poderia, as vezes, ter que se sentar no chão.
Na boa?! Tive vontade de rir. Por que o meu filho não pode esperar? Por que em alguns momentos a criatura que gerei não poderia sentar no chão para que seus colegas participassem todos das atividades na aula? Por que eu, como mãe, não posso entender que ainda que isso esteja fora das minhas expectativas em relação a escola, vai passar? Cara, esse post não tem fim.Todas essas questões ficam aí e vão seguindo.
Gente, estamos falando de pessoas, de tolerância, de limites e principalmente, de respeito. Você tem as suas convicções, eu tenho as minhas, mas não rola de passar por cima do respeito.
O Gael sempre gostou de livros. Gostar não significa ler. Gostar é fingir que saber ler, riscar e rasgar as páginas. Gostar meio diferente,né?! Mas que gosta, ele gosta. Diante disso, fui atrás de algumas dicas que podem ajudar a estimulá-lo sempre a gostar e a se familiarizar com o mundo da leitura. Essas recomendações eu tirei de um livro chamado Filhos da Sociedade Brasileira de Pediatria. Essas dicas são para o período chamado de escolar que é dos 6 aos 10 anos de idade, mas acredito que muitas delas servem mesmo para os mais pequenos. Bom proveito:
Como estimular seu filho a ler:
1.Procure dar exemplo, permitindo que a criança o veja lendo.
2. Ler para seu filho. Seguem algumas dicas para esse momento:
- no início, dê preferências para os livros pelos quais ele se interessa e, aos poucos, comece a propor leituras também;
- se ele ainda não está habituado com os momentos de leitura, procure iniciar com histórias mais curtas e bastante ilustradas. Após a familiarização à contação de histórias, as narrativas podem ficar mais longas;
- deixe-o fantasiar sobre a história, comente as ilustrações, antecipe acontecimentos, questione decisões dos personagens e estabeleça relações entre as narrativas e o dia a dia.
- após o término da história, procure discuti-la, dando oportunidade para ele opinar sobre o que leu.
3. Selecione obras que sejam adequadas para a faixa etária. Caso ele sinta medo de algum acontecimento da história, não o force a continuar, se ele desejar, deixe que interrompa a leitura. Após alguns meses, apresente a narrativa novamente para ver se ela já aceita. Contudo, medos exagerados devem ser verificados quanto às causas, não são normais no escolar.
4.Habituá-lo a ler um pouco todos os dias. Como ele normalmente já está alfabetizado nessa faixa etária, estimule-o também a ler sozinho e ajude-o nos trechos em que tiver dificuldade.
5. Conversar sobre o que você ou ele está lendo.
6. Fazer passeios em livrarias e bibliotecas, deixando que escolha e manuseie os livros pelos quais se interessa.
7. Aos poucos, procure montar uma pequena biblioteca em casa com os livros preferidos e deixe que ele tenha livre acesso a eles e os leia no momento que desejar.
8.Dar livros de presente também pode ser um ótimo estímulo à leitura.
Clicando AQUI você pode acessar na página da Crescer os 30 melhores livros de 2010. Vale a pena ler para ter opções.
